19.02.2019
Seminário sobre “Interculturalidade”, em Roma
De 21 de janeiro a 1° de fevereiro de 2019, as Irmãs Pureza Madalena de Jesus (de Minas Gerais, Brasil), Edith Mponda (de Malawi), Yulianti Maria (da Indonésia) e Christa Brünen (da Alemanha) participaram, em Roma, de um seminário promovido pela UISG (União Internacional das Superioras Gerais), com o tema “Interculturalidade”. Em nosso pequeno grupo, com representantes dos quatro continentes, pudemos reunir experiências concretas, e perceber os desafios e as chances de uma caminhada conjunta numa pequena comunidade constituída por Irmãs de quatro culturas diferentes.
Participaram deste seminário 182 Irmãs, provenientes de 48 Congregações e de 45 países. Nestas duas semanas, pudemos experimentar uma variedade colorida de diferentes culturas. Os Missionários de Steyl (SVD) e as Irmãs de Steyl (SSps) desenvolveram palestras, apresentações em power point e uma reflexão sobre a vida intercultural em sua comunidade. Este material foi disponibilizado a todas as participantes. Refletimos muito sobre a questão de como a vida em comunidades multiculturais pode levar a uma convivência que represente a beleza e o enriquecimento da interculturalidade. As palestras teológicas, fundamentadas na Bíblia, sócio-culturais e psicológicas ampliaram nossos próprios horizontes e abriram nosso coração para outras culturas.
Nós nos conscientizamos de que o modo de vida intercultural é o modo e a forma como vivemos nossa fé e seguimos Jesus. Para conviver com pessoas de diferentes culturas, não basta apenas levá-las em consideraҫão ou oferecer-lhes uma boa hospitalidade. Como cristãos e cristãs somos enviados a ir além das nossas fronteiras, seguras, ao encontro com os OUTROS, com o diferente.
Como orientação para o modo de vida intercultural, Padre Antony J. Gittins, CSSP, apresentou-nos Jesus como o "estrageiro", porque o próprio Jesus experimentou ser um estrangeiro desde o seu nascimento: Ele nasceu fora de um lar “normal”, em um estábulo. Alguns estrangeiros, simples pastores, os magos, estes celebraram o seu nascimento. ELE imediatamente se tornou um refugiado no Egito. Ele morava na periferia: Ele ultrapassou fronteiras e renunciou a seus privilégios. Morreu fora de sua aldeia, humilhado e banido.
O exemplo de vida de Jesus nos ajuda a descobrir a presença de Deus em todas as culturas e a enxergar as pessoas a partir do seu olhar amoroso e apreciativo. Assim, a interculturalidade nos conduz a uma visão profunda e nos aproxima do modo trinitário do ser e agir de Deus, presente em todas as culturas. A interculturalidade abre um novo caminho ou um novo modelo de evangelização. Os desafios interculturais nos desafian a sonhar e a construir um mundo menos violento e marginalizador.
Irmã Christa Brünen